O “Well-Being” não é uma tendência, é uma Necessidade!

O “Well-Being” não é uma tendência, é uma Necessidade!

Nos nossos dias compreendemos o bem-estar ou “Well-Being” em contexto organizacional como um elemento fulcral que promove as questões que se prendem com a segurança e saúde no...
O “Well-Being” não é uma tendência, é uma Necessidade!

Nos nossos dias compreendemos o bem-estar ou “Well-Being” em contexto organizacional como um elemento fulcral que promove as questões que se prendem com a segurança e saúde no trabalho das nossas Pessoas. Sabemos que as empresas tendem a ser mais atrativas e, inclusive mais produtivas, se investirem em programas de Well-Being ajustados às necessidades dos seus colaboradores. Estes mesmos programas não devem ser entendidos como chamariz para “atrair” talento, mas devem funcionar como verdadeiras ferramentas de suporte e manutenção dos níveis de saúde e bem-estar com o intuito de reter os seus talentos e aumentar os níveis de desempenho de forma sustentada.  

Acredito, que de forma geral todos nós em um dado momento da nossa vida já experienciámos elevados níveis de Stress, resultantes de um sem número de fatores presentes em contexto organizacional: 1) carga de trabalho elevada, 2) horários imprevisíveis, 3) autonomia limitada, 3) longas horas de trabalho, 4) trabalho por turnos, 5) estilos de liderança, 6) conflitos vida pessoal/vida profissional, 7) falta de apoio dos colegas/chefia, 8) condições físicas de trabalho, 9) assédio moral, 10) mobbing, 11) cultura organizacional e 12) trabalho remoto/híbrido/presencial. Todos estes fatores quando combinados com as restantes variáveis presentes em contexto organizacional conduzem invariavelmente a situações de Stress (Workplace Mental Health & Well-Being, 2022).

O Stress quando experienciado por um elevado período de tempo, tem efeitos negativos em numerosos sistemas do nosso organismo. Alguns exemplos, a nível hormonal provoca alterações nas hormonas que têm impacto no ritmo normal do sono, aumenta a tensão muscular e prejudica a função metabólica. Todos estes efeitos do Stress têm custos para as Pessoas (dificuldade de concentração, falta de criatividade, maior propensão para os erros, lapsos e acidentes de trabalho e perdas de produtividade) e para as empresas (menor atratividade, aumento da sinistralidade e perdas de produtividade).

O Stress crónico está associado ao desenvolvimento de doenças crónicas como: tensão arterial elevada, colesterol elevado, doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, doenças auto-imunes (i.g: Doença de Crohn), doenças cancerígenas e, aumenta a vulnerabilidade a infeções (Workplace Mental Health & Well-Being, 2022). A nível comportamental o Stress coloca desafios enormes às Pessoas, às organizações, aos gestores de recursos humanos, aos especialistas de segurança, aos profissionais de saúde, aos psicólogos, aos psiquiatras e à sociedade de forma geral. Porquê? Porque lidamos com fenómenos silenciosos, que minam as relações que se estabelecem em contexto organizacional e colocam em risco a segurança e a saúde das Pessoas afetas e das equipas de trabalho.

O Mental Health of America no estudo que desenvolveu em 2021 com uma amostra de 11 000 trabalhadores, obteve resultados interessantes: 1) 80% dos trabalhadores inquiridos identificaram o Stress experienciado no local de trabalho como um fator que afeta as suas relações com os amigos, com a famílias e com os colegas de trabalho; 2) só 38% dos inquiridos conheciam os programas de Well-Being existentes nas respetivas organizações e, estavam confortáveis em participar para obter a ajuda que necessitam.

Em suma, o desafio que se coloca às empresas que operam em contextos sociotécnicos cada vez mais exigentes e complexos, é desenhar Programas de Well-Being credíveis, acessíveis e que preservem as suas Pessoas.

 Daniela Lima, Managing Partner da Swaifor

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